domingo, 26 de outubro de 2008

PROIBIR, SIMPLES ASSIM

PROIBIR, SIMPLES ASSIM

POR
GILBERTO C. LEIFERT
SITE : CONAR


A PUBLICIDADE está sendo considerada causa de problemas complexos, como diabetes, obesidade, alcoolismo e mortes no trânsito. Esse é o diagnóstico simplista daqueles que se intitulam xerifes da saúde e do bem-estar da população -uma minoria que se julga mais esclarecida e, por isso, quer tutelar o cidadão comum.

Mas o que realmente parece incomodar os "xerifes" não são os anúncios. É a liberdade: eles experimentam insuportável sofrimento quando confrontados com pessoas livres, decididas, capazes de votar, casar, manejar o orçamento doméstico etc. Diante do conjunto de iniciativas oficiais mirando a publicidade de automóveis, bebidas alcoólicas, medicamentos, alimentos, refrigerantes e produtos destinados a crianças, entre outras categorias, os menos avisados acabarão acreditando que, além da dengue e da febre amarela, o Brasil padece da epidemia de anúncios enganosos e abusivos. Não é verdade.

O número de reclamações recebidas pelos Procons e pelo Conar está longe, muito longe de indicar que o atual sistema misto de controle, que combina legislação e auto-regulamentação, esteja doente.

Diante desse dado tranqüilizador, é prudente desconfiar de quem prescreve o remédio da proibição da publicidade como solução eficaz e indolor para problemas complexos.

"Há preconceito em achar que o pobre não sabe escolher", adverte Rosani Cunha, do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). No mesmo sentido é a observação de Michael Klein, das Casas Bahia: "A classe C está mais exigente e informada". Ambos têm toda a razão.

As mães contempladas pelo Bolsa Família são livres para gastar o dinheiro que recebem. O programa oficial reconhece o discernimento e o direito de escolha delas. Além de arroz e feijão, podem comprar produtos industrializados anunciados na mídia.

Faz sentido. A nova legião de consumidores conhece as próprias necessidades e se preocupa com a saúde. Tende a abandonar os produtos feitos em fundo de quintal, sem controle sanitário. Além dos gêneros de primeira necessidade, agora podem comprar biscoitos, refrigerantes, iogurtes etc. identificados pelas marcas.

São produtos lícitos e seguros para o consumo e que, portanto, podem ser comercializados e anunciados.

Eventuais abusos cometidos pelos anunciantes estarão sujeitos às sanções do Código de Defesa do Consumidor (detenção e multa) e da auto-regulamentação (sustação da veiculação pelo Conar).

Mas, ao que parece, a eficiência do sistema não importa. Ao mirar só a publicidade, as iniciativas oficiais revelam que o Estado considera os cidadãos incapazes de receber informações e, a partir delas, fazer escolhas.

Anúncios ajudam as pessoas a decidir. Informam sobre novos produtos, promovem comparações de atributos e preços e estimulam a competição entre concorrentes. Podem, ainda, ser pedagógicos, como nas advertências "Se for dirigir, não beba" ou "Este produto é destinado a adultos", adotadas pelo Conar a partir de 10/4 para os anúncios de bebidas alcoólicas.

Uma das doenças do país é o excesso de leis. As proposituras contra a publicidade pretendem suprimir direitos. Faria melhor o Estado apoiando o desenvolvimento do senso crítico de nossos consumidores por meio da educação e da informação.

Que tal introduzir no currículo escolar a disciplina "liberdade de escolha", para transmitir às crianças noções acerca de hábitos saudáveis, riscos do sedentarismo, álcool, tabaco e drogas, bem como noções sobre a importância da informação (opinião, notícia e anúncio) para a cidadania?

Enquanto os poderes públicos perseguem a publicidade, convivemos com o seguinte paradoxo: jovens de 16 anos podem escolher a carreira que pretendem seguir e elegem o presidente da República, mas poderão ser impedidos de assistir a comerciais de refrigerantes e sorvetes (sic) em televisão antes das 21h caso seja aprovada uma das medidas defendidas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa.

Cidadãos responsáveis e consumidores conscientes dependem de informação. Tutela, restrições exacerbadas e proibições arbitrárias afetam o sistema imunológico do organismo social. Cidadãos desinformados acabam debilitados: perdem a capacidade de formular juízos de valor e, portanto, de fazer escolhas. Instalada a epidemia, os mais esclarecidos, a pretexto de proteger a maioria, passam a tomar decisões em lugar dela. Simples assim.


Curitiba é 49.º entre as cidades com maior influência global

Publicado em 24/10/2008

O sotaque “leite quente” caminha, aos poucos, para conquistar o mundo. Em um ranking com 65 cidades de países emergentes com maior influência no mercado global, Curitiba aparece na 49.º posição. O levantamento, feito pela operadora de cartões Mastercard e divulgado ontem, é dominado pela China, que tem 15 centros comerciais de relevância mundial. Do Brasil são outras quatro cidades, todas na frente de Curitiba. Mas a capital paranaense conquistou um feito não compartilhado por outras de porte semelhante, como Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife.

O Índice Mastercard de Mercados Emergentes 2008 foi criado com a intenção de avaliar e comparar o desempenho das cidades em diferentes funções que interligam os mercados e o comércio no mundo inteiro. Foram considerados oito tópicos, subdivididos em cerca de cem indicadores.

Curitiba teve melhor desempenho no tópico de segurança, que leva em conta segurança pessoal, liberdades civis dos indivíduos, ocorrência de desastres naturais e ambiente social. Neste aspecto, a cidade ocupa a quarta posição, dentre todas as 65.

Em termos de crescimento e desenvolvimento econômico, que leva em conta investimentos estrangeiros, Produto Interno Bruto (PIB) e população, Curitiba ficou em 23º lugar, na frente apenas de Brasília, dentre as brasileiras. As 15 primeiras cidades desse grupo são da China, reflexo do grande número de habitantes e a importância da economia chinesa no resto do mundo.
No tópico educação e tecnologia da informação, a capital paranaense também ocupa posição intermediária, com o 34º lugar, à frente de Brasília e Recife. A qualidade de vida urbana de Curitiba garantiu o 17º lugar mundial, o que a deixou atrás de Brasília (6º), São Paulo (15º) e Rio de Janeiro (16º).

Curitiba não aparece muito bem em relação à rede de serviços financeiros (45º lugar) e também em termos de conectividade comercial (penúltimo na lista de 65). Essa categoria considera volume de passageiros e carga transportados por ar, presença de consulados e embaixadas internacionais, e infra-estrutura de hotéis e centros de convenções.

Decisões

De acordo com o líder em planejamento e inteligência de mercados da Mastercard, Carlos José Fonseca, o índice pode ajudar empresas, governos e até cidadãos a tomarem decisões de negócios e investimentos, ao mostrar os riscos e vantagens das cidades mais importantes nos mercados em desenvolvimento. “Na América Latina há um crescimento sustentado da classe média.

Acreditamos que isso vai continuar. Apenas 15% a 20% das transações financeiras nessa região são feitas com cartão de crédito, e só 30% da população usa o sistema bancário. Ainda há um grande potencial de crescimento”, avalia.
“É real que alguns dos investimentos serão afetados pela crise, mas não todos eles”, avalia o especialista em desenvolvimento urbano do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Eduardo Rojas, que participou da divulgação do estudo. Ele ressaltou a importância da economia latino-americana, apesar da predominância asiática no ranking da Mastercard. A Europa foi representada por 11 cidades – das quais Budapeste, na Hungria, é destaque.

domingo, 12 de outubro de 2008

Olhos atentos que definem as oportunidades do futuro

Olhos atentos que definem as oportunidades do futuro


Publicado na Gazeta do Povo, em 25/07/2008

A função do coolhunter é, como o nome indica, “caçar tendências”. Observador por natureza (e por contrato), esse profissional presta atenção no comportamento de diferentes grupos, em vários países, e ajuda as empresas a definirem o que será objeto de desejo nos próximos anos
Aos pés do Empire State Building, no coração de Nova Iorque, as atenções de Vicente Frare não estão voltadas para a grandiosidade do prédio, mas para as pessoas que passam por lá – como elas se vestem, o que comem, sobre o que conversam e o que chama a atenção delas. Ele quer saber o que está nas vitrines, nos comerciais, nos jornais e o que é servido nas lanchonetes. Ossos do ofício de um coolhunter – em uma tradução livre, algo como um “caçador de tendências”.
Inquietação deu origem à agência.

A Pulp Comunicação surgiu de uma “inquietação”. Ou melhor, três. Amigos de infância, Patrícia Papp, Fernanda Ávila e Vicente Frare contam que tinham, cada um em sua área de atuação, muita vontade de fazer algo diferente. Há um ano e meio a vontade deu origem à agência de conteúdo e tendências. “Eu tinha uma insatisfação grande. E uma certeza de que as coisas poderiam ser feitas de uma maneira diferente e melhor”, lembra Patrícia, que é formada em publicidade. “Percebemos as mudanças no mundo da comunicação.”A empresa oferece hoje serviços de criação e conteúdo, baseados nas ferramentas do seu próprio trabalho de “investigação” de tendências. Além disso, quinzenalmente produz o Pulp Salsa, um boletim com alguns resultados dessas buscas e enviado para os clientes – na sua grande maioria, agências de publicidade. “É um boletim de tendências e inspirações”, define Fernanda. A assinatura semanal do boletim custa R$ 2 mil. A idéia é reunir informações “inspiradoras” e, principalmente, que gerem negócios. “Reunimos idéias, coisas interessantes que estão acontecendo no mundo e que podem se transformar em algo palpável”, explica a jornalista. (CS)


O trabalho dele – a busca pelo que é tendência – ainda é relativamente novo no Brasil, mas aos poucos vai ganhando importância como ferramenta do trabalho de publicitários e profissionais de marketing, assim como já acontece na Europa e nos Estados Unidos. “Observamos como as pessoas falam, o que consomem, o que vestem e também como elas vivem. Viajamos não como turistas. Mas para viver, sentir a experiência de quem vive naquele local”, diz Frare, que é um dos sócios da Pulp Comunicação – agência curitibana de tendências criada há um ano e meio. “Não se trata de prever. Nosso trabalho é mostrar o que está em voga no mundo todo e que vai chegar também ao Brasil”, define Fernanda Ávila, também sócia da empresa.Ser observador é, portanto, indispensável. Mas não basta. “Existe um embasamento teórico muito forte no trabalho, com base na semiótica”, explica a coolhunter Carol Garcia, que trabalha na área há cerca de dez anos. “Além disso, para um trabalho como esse, a compreensão da cultura local é fundamental.” Carol é professora de um curso da área no Senac São Paulo – o primeiro do país e, até hoje, um dos únicos. Ela mora hoje no Brasil, mas faz viagens periódicas pela América Latina. A sua empresa, a Modus, tem contrato com uma companhia norte-americana, cujo nome ela não divulga por força de contrato, para “bisbilhotar” o Brasil e outros países latino-americanos. “Vou sempre para Nova Iorque, mas o interesse deles é justamente que eu fique aqui.”
Observadores
Para garantir esse conhecimento da cultura dos mais diferentes locais, a americana Trendwatching, uma das principais agências de tendências do mundo, mantém uma equipe de 8 mil “observadores”, que monitoram o comportamento dos consumidores nos EUA e em pelo menos outros 50 países, entre eles o Brasil. O conteúdo produzido é vendido para profissionais de 12 países. “Nosso foco está em ‘insights’ sobre consumidores e tendências de comportamento, e conseqüentemente, as oportunidades de marketing e negócios que elas representam”, diz a agência, em seu site. Mas explica: você não vai encontrar o “tamanho ideal para saias no verão de 2010” nem dicas do tipo: “o vermelho é o novo preto”.Na lista de clientes da Trendwatching estão nomes como Google, Apple, Natura, Kraft Foods e Disney. As informações das agências de tendências já fazem parte dos estudos de marketing destas e de várias outras grandes empresas, brasileiras inclusive. Achar quem fale sobre isso, no entanto, não é tarefa das mais fáceis. Como são consideradas estratégicas, as informações são guardadas a sete chaves.A fabricantes de perfumes e cosméticos O Boticário usa o serviço das grandes agências mundiais, como a WGSN, e tem uma equipe própria de coolhunters – que fazem viagens periódicas para Europa e EUA, principalmente. Além disso, a empresa mantém consultores específicos para algumas categorias, como maquiagem e produtos masculinos, e faz pesquisas olfativas no exterior. Mas isso é só o que se pode saber sobre o uso das tendências do lado de fora das paredes da fábrica.
WGSN
Com 3 mil assinantes de 80 países, a londrina WGSN (sigla para Worth Global Style Network) é considerada a maior agência de tendências do mundo. Seu banco de dados – atualizado diariamente no site www.wgsn.com – é construído por uma equipe de 200 pessoas na Inglaterra, além de uma série de colaboradores espalhados pelo mundo. “O trabalho dessas pessoas é acompanhar tudo que há de novo, não só na moda. Elas conversam com designers, empreendedores, gente que está criando algo diferente”, explica a diretora da WGSN para a América do Sul, Andréa Bisker.No Brasil, a agência tem 120 clientes. A maior parte, diz Andréa, são empresas da área de moda. “Mas também há muita gente de outros mercados interessados em ler nosso conteúdo. São profissionais de desenvolvimento de produto, de marketing e agências de publicidade.”A assinatura do serviço custa US$ 27 mil dólares anuais – e dá direito a cinco senhas. Segundo a empresa, 30 mil usuários navegam diariamente no site em busca de informação. Além da atualização diária, duas vezes por ano os profissionais da agência se reúnem em Londres. “Juntando as informações de diversos lugares, eles desenham três ou quatro grandes movimentos importantes, que vão influenciar o desenvolvimento de produtos. São as macro tendências.”

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Mundo é Bão Sebastião!!!!!!

Porque não descontrair e começar meu blogg com uma frase do meu idolo??
Gente, é a primeira postagem, em breve estará melhor...